quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Mabe é reaberto ao público dentro da programação da 11ª Primavera dos Museus

19/09/2017 17:58
Depois de seis meses em que esteve fechado, o Museu de Arte de Belém (Mabe) foi reaberto ao público na manhã desta terça-feira, 19, marcando também a participação desse espaço de beleza, história e memória na 11ª Primavera dos Museus, cuja programação se prolonga até sexta-feira, dia 22. A entrada para exposições, visitas e programação é gratuita.
O Mabe é um dos mais importantes locais de arte e cultura na capital paraense. Em março deste ano, após um princípio de incêndio, o museu precisou ficar fechado para passar, principalmente, por uma cuidadosa limpeza de seu acervo. “Todo o trabalho feito aqui para limpeza do acervo contou com a ajuda dos integrantes da Associação Amigos do Mabe e da Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará, que também fez a salvaguarda de documentos de nosso acervo. As duas entidades não mediram esforços para que tivéssemos esse trabalho realizado da melhor maneira possível e em pouco espaço de tempo, não só com as obras de arte, como os lustres, porcelanas e o mobiliário”, explica a diretora do Mabe, Dora Lúcia Ribeiro Lourenço.  
Entre janeiro e março deste ano, o Mabe recebeu mais de 1.100 visitantes nas exposições permanentes, que podem ser vistas no segundo andar do museu, em um acervo que conta com mais de 1.580 peças. “O Mabe é um dos mais importantes espaços de arte de Belém porque ele abriga em seu acervo uma mostra de obras e mobiliário da época áurea do ciclo da borracha, nos séculos 18 e 19, e isso é muito representativo”, enfatiza Dora Lúcia.
Dora Lúcia destaca no acervo do Mabe - que foi inaugurado em 1991 - as três obras de Antonieta Santos Feio, as doze obras de Antônio Parreiras e a remontagem do gabinete do político Antônio Lemos, que pode ser visto exatamente como era, quando Lemos foi intendente de Belém entre 1897 e 1911, sendo o principal responsável pelo desenvolvimento urbano da capital paraense.  
A bibliotecária Eliandra Mara Caparroz e a mãe dela, Nívea Tereza Galo, são turistas de São Paulo, estão conhecendo Belém e estavam visitando a exposição do acervo permanente do Mabe. “É um museu muito bonito. Sempre que viajo faço pesquisas na internet e em guias turísticos e esse espaço me chamou a atenção. Eu acredito que o acervo aqui retrata bem os paraenses e sua cultura, e já aprendi também porque o Ver-o-Peso tem esse nome”, comentou Eliandra.
Primavera - Até o dia 24 de setembro está sendo realizada em todo Brasil a 11ª Primavera dos Museus, sob o tema “Museus e suas memórias”. Nesta edição, mais de 900 espaços museológicos no país vão oferecer ao público 2.500 atividades especiais, como exposições, visitas mediadas, palestras, oficinas, exibição de filmes e outras.
Dentro da programação da 11ª Primavera dos Museus, o Mabe, além de ter a visitação reaberta às exposições permanentes de seu acervo, no segundo andar, o espaço também está com a exposição “Imagens de Belém, Acervo Modernista do Mabe”, nas salas Antonieta Santos Feio e Theodoro Braga, no térreo do prédio.
A estudante de História, Ana Terra, aproveitou a tarde livre para visitar o Mabe e suas exposições. Ela destaca a mostra “Imagens de Belém, Acervo modernista do Mabe”, que ainda não conhecia. “Eu desconhecia que Belém tinha tantos artistas modernistas, que conseguem expressar muito bem como são as pessoas do Pará, a cidade, os barcos, a feira, as paisagens, que se encaixam e refletem bem os paraenses. Foi uma surpresa e estou gostando muito”, avaliou a estudante.
Roteiro
A programação no Mabe começou nesta terça-feira, 19, com visitas mediadas ao acervo e exposições no museu. Na quarta-feira, 20, começam as visitas de escolas públicas e privadas, que agendaram previamente a visitação.
Na quinta-feira, 21, começam as oficinas para estudantes. Das 9h30 às 12h, vai ocorrer a oficina “Estêncil e arte urbana”, que será ministrada pelo Coletivo Guayi; das 14h às 16h, oficina “Sentimentos: Do dedo ao papel”, com Carolina Castro e Renan Quaresma. Também à tarde, das 15h às 17h, haverá a palestra “Histórias e memórias de um museu local”, com a professora e doutoranda Rosa Arraes.
Na sexta-feira, 22, das 9h30 às 12h, vão ser ministradas duas oficinas: “Desenhando memórias”, com Thaylla Beatriz Lopes; e “Confecção de caderno com sketch sobre patrimônio e memória”, com Ana Laura Figueiró, Bruna Soares, Matheus Vieira, Roberto Moreira, Thais Sombra. À tarde, das 14h às 17h, a oficina será “História em Quadrinhos”, com os ministrantes Carolina Castro, Maiana Lourenço e Renan Quaresma.  
Ecomuseu
Integrado à programação nacional da 11ª Primavera de Museus, realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Ecomuseu da Amazônia, localizado na Fundação Escola Bosque (Funbosque), distrito de Outeiro, participa com a temática “Circuito Amazônico de Memórias: Terras, águas e sonhos”, onde os visitantes têm a oportunidade de conhecer as exposições do Ecomuseu e também podem fazer um tour pela ilha, intitulado “Roteiro de Memórias”. 
Segundo a coordenadora do Ecomuseu, Maria Terezinha Martins, esta edição tem como principal objetivo, valorizar o patrimônio cultural da região das ilhas. “Essa é uma forma de mostramos para os visitantes toda a história que compõe esse local. Os mestres que estão conosco durante o roteiro do tour, por exemplo, contam aquilo que está vivo em suas memórias, e assim nos ajudam a mostrar as transformações sociais do local”, explicou.
O Ecomuseu da Amazônia foi criado em 2007 no âmbito da Secretaria Municipal de Educação (Semec), vinculado à Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira. “A cultura, a cidadania, o meio ambiente e o turismo fazem parte dos nossos eixos de atuação no Ecomuseu. Para esta programação nós tentamos identificar nesta comunidade, e na ilha de Cotijuba os protagonistas que trazem na sua fala, o acúmulo de informações de determinados locais, como por exemplo o mestre Apolo que cria versos retratando a história da ilha”, afirmou o arte-educador, Dionelpho Junior.
Para a estudante Susan oliveira, 23, do curso de ciências biológicas, participar da visita foi uma experiência bastante divertida. “A gente sempre tem a impressão daqueles museus institucionalizados, fechados, e aí a gente veio para uma experiência totalmente diferente que é o Ecomuseu. Ele é feito pela comunidade, com aquilo que a gente tem em casa e não sabe como funciona. Eu até tentei interagir, mas saiu horrível meu vaso”, brincou a jovem.
A programação no Ecomuseu da Amazônia continua nos dias 28 e 29 de setembro, com visitas às feiras de artesanato e  aos mestres locais. 
Texto: Dedé Mesquita. Com informações de Karla Guedes.
Por Dedé Mesquita

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